Desde 2011 alcançamos a marca dos 7 bilhões de
seres humanos no planeta. Esse número representa, segundo o relatório do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA), o aumento da
expectativa de vida ao nascer, em especial nos países ricos como a Grã-Bretanha
ou em desenvolvimento como o Brasil, ao passo que representa ainda altas taxas
de natalidade em países pobres, a exemplo da Zâmbia, no sul da África.
Naquele mesmo ano foi
publicado o relatório da UNFPA denominado Pessoas
e Possibilidade em um Mundo de 7 Bilhões¹ no qual foi apresentado o
cenário populacional no planeta. Foi apontado como tendências o envelhecimento
da população, já com mais de 800 milhões de idosos; metade da população vivendo
nas cidades com expectativa de daqui a 35 anos serem 2/3 vivendo no espaço
urbano; e, o mais impressionante: 43% da população mundial com idade menor que
25 anos.
Para as Nações
Unidas o grupo classificado como jovem compreende as pessoas com idade entre 10
e 24 anos. Segundo o já referido relatório é um segmento da população que já
apresenta declínio em muitas partes do mundo, seja em países industrializados e
desenvolvidos, ou em países de “renda média”, apontando assim um desafio para
nações em desenvolvimento ou pobres: aproveitar esta população de jovem produtivos
disponíveis para estimular o desenvolvimento. Abrange então uma faixa etária que
vem sendo considerada de fundamental importância para o desenvolvimento, suas
bases e fundamentos, de qualquer país, em especial nações em desenvolvimento
como o Brasil.
Considerada a
importância desta parcela da população mundial quanto a sua vitalidade para atuar
nas propostas e ações com vistas às mudanças socioeconômicas e ambientais que
queremos para o nosso planeta, a exemplo das defendidas nas Metas do Milênio, o
ano de 2010 foi eleito como Ano Internacional da Juventude, numa sinalização
para emergência de construção de políticas públicas voltadas para este público
em todo o mundo. Neste mesmo ano foi realizada a Conferencia Mundal de
Juventude, no México.
Ao analisarmos
estudos como o realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE tratando dos jovens no país, podemos identificar por que esta fatia da
população deve ser priorizada quanto a conscientização por abarcar
“o conjunto de pessoas que, efetivamente, pressiona
a economia para a criação de novos postos de trabalho. Por outro lado, são
estes mesmos jovens que estão expostos às mais elevadas taxas de mortalidade
por causas externas. E, além disso, é a fecundidade das mulheres nesta faixa
etária que, atualmente, mais tem contribuído para o nível geral prevalecente no
Brasil.” ²
Em países com
economias em crescimento ainda identificamos grande parcela de jovens
desempregados, analfabetos ou analfabetos funcionais, tornando-se pais e
principalmente mães, sem perspectiva, desmotivados em cenários cada vez mais
complexos e sofisticados economicamente. Num quadro como o descrito toda a
sociedade perde, pois: as famílias são sobrecarregadas com o sustento destes
jovens; os investimentos governamentais em educação são perdidos; assim como a
perspectiva de contribuição previdenciária fica comprometida.
Segundo
Babatunde Osotimehin, então Diretor Executivo do UNFPA, podemos nos assustar ou
impressionar com os números, se teremos como sustentar mais de 7 bilhões de
habitantes e em ritmo de crescimento, analisando o cenário por um prisma
neo-malthusiano, ou nos
preocuparmos com questões “mais
adequadas para os nossos tempos”, como nos perguntarmos “como melhorar o mundo
em que vivemos” ou “Como podemos transformar nossas cidades em constante
crescimento em forças a favor da sustentabilidade?”. Pensar num futuro que
predomine a sustentabilidade dos ecossistemas, na equidade étnico-racial e
entre os gêneros, no respeito a diversidade sexual, religiosa etc perpassa pelo
empoderamento da juventude, com a criação de políticas públicas que promovam a
criação de empregos, assim como o seu preparo para que assumam a liderança dentro de uma perspectiva
solidária, auto-sustentável, tarefa também necessária com o preparo dos adultos
e idosos para a multiplicação de uma visão e atuação sistêmica, orgânica, ecológica
frente aos desafios que o mundo moderno nos apresenta.
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